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CORRIDAS DE RUA NO BRASIL: UMA GRANDE HISTÓRIA

04|01|2003 - 20:09 | Por Benê Turco

São Paulo - O pedestrianismo, ou as corridas rústicas, são a modalidade mais tradicional do atletismo. E uma das mais importantes e populares também. Por pedestrianismo, podemos entender as corridas a pé em rua e estrada. Há um segmento importante, que são as corridas em campo, em que os atletas devem enfrentar obstáculos, naturais ou não. São as corridas de cross country, como as chamam os ingleses.

Na história das Olimpíadas Antigas, por sinal, a primeira prova instituída foi uma corrida, embora curta, chamada pelos gregos de stadion, de cerca de 200 metros. Depois, foram introduzidas outras provas atléticas, como os lançamentos de dardo e do disco. E, mais para a frente, o pugilismo e outros esportes.

No Brasil, no começo do Século 20, o atletismo dava seus primeiros passos. Mas as corridas de rua já eram das competições mais concorridas. Por rival, em importância, havia as regatas. O futebol ainda engatinhava, antes de firmar-se como primeiro esporte nacional.

Entre as provas de rua, a mais conhecida é a maratona, corrida de 42,195 km. Sua origem também remonta à Antigüidade grega. Segundo a lenda, um soldado (Feidípedes) correu da planície de Maratona até Atenas, para levar a notícia da vitória dos gregos sobre os persas. Sempre de acordo com a lenda, ele conseguiu a proeza, para morrer em seguida.

O Brasil, há muito tempo, é destaque no pedestrianismo mundial, tanto pelas competições que organiza quanto pela qualidade de seus corredores. Entre os eventos, um dos marcos definitivos é a Corrida de São Silvestre., criada em 1925 pelo jornalista Cásper Líbero, então diretor do jornal A Gazeta, e entusiasta do esporte. A prova é disputada sempre em 31 de dezembro na capital paulista e desde 1945 conta com fundistas de outros países.

Outros eventos regulares já fazem parte da história, como a Maratona de São Paulo, a Maratona e a Meia Maratona do Rio, 10 Milhas Garoto em Vila Velha (ES), Maratona de Blumenau (SC), Volta da Pampulha, em Belo Horizonte (MG).

Há também os eventos oficiais. A CBAt, há mais de 15 anos, realiza anualmente competições nacionais tanto de corridas de rua quanto de cross country. Mais que isto, por duas vezes, a Confederação já realizou Campeonatos Mundiais da modalidade.

Primeiro, em 1989, foi disputado, no Rio de Janeiro, o Mundial Feminino de 15 km, e depois, em 1998, em Manaus (AM), o Mundial de Maratona em Revezamento, chamado de Ekiden.

Grandes atletas também já foram revelados pelo pedestrianismo brasileiro. Alfredo Gomes, por exemplo, primeiro campeão da São Silvestre, um ano antes havia disputado os Jogos Olímpicos de Paris. Posteriormente, foi campeão brasileiro dos 5.000 e 10.000m. Na década de 40, Sebastião Alves Monteiro venceu as duas primeiras edições da fase internacional São Silvestre.

No fim dos anos 70, o fundo brasileiro ganhou projeção internacional, com grande número de corredores de ponta, com especial destaque para Eloi Schleder, José João da Silva e Adauto Domingues. No feminino, um dos grandes nomes que apareceu foi Carmem de Oliveira.

Eloi subiu várias vezes no pódio da São Silvestre e foi, talvez, o primeiro grande maratonista brasileiro. José João ganhou duas vezes a São Silvestre (1980 e 1985), sendo que na primeira vez quebrou um jejum brasileiro de 33 anos sem vitória. Adauto, além de bom corredor de rua ganhou o bicampeonato pan-americano nos 3.000m com obstáculos, em 1987, em Indianápolis, e em 1991, em Havana.

O auge do Brasil chegou nos anos 90. Foi uma década de muitas conquistas, duas delas especiais: em 1995, no Mundial de Gotemburgo (Suécia), Luiz Antonio dos Santos ganhou a medalha de bronze na maratona, e, em 1998, Ronaldo da Costa quebrou o recorde mundial da prova, na Maratona de Berlim (Alemanha), com 2:06:05.

Ronaldo, por sinal, já havia conquistado a medalha de bronze no Mundial de Meia Maratona em Oslo, Noruega, em 1994, no mesmo ano em que venceria a São Silvestre. Neste mesmo ano, Clodoaldo Gomes da Silva ganhou a medalha de ouro na corrida de 20 km no Mundial Juvenil de Lisboa (Portugal).

Em 1992, no Mundial de Meia Maratona de Tyneside, o Brasil ganhou a medalha de bronze por equipes. Também por equipes, o país ganhou bronze na Copa do Mundo de Maratona de Atenas (Grécia), em 1997, e no Mundial de Ekiden de Manaus, em 1998. No Mundial de Ekiden de Copenhague (Dinamarca), em 1996, a equipe havia ganho a medalha de prata. Neste mesmo Mundial de Copenhague, Delmir Alves dos Santos ganhou a medalha de ouro em sua etapa de 10 km.

Nos últimos anos outros grandes atletas surgiram, como Emerson Iser Bem, campeão da São Silvestre em 1997; Marilson Gomes dos Santos, bicampeão da Meia Maratona na Universíade de Catânia (Itália), em 1997, e de Palma de Mallorca (Espanha), em 1999; Maria Zeferina Baldaia, campeã da São Silvestre, em 2001, entre outros.

Em 2002, um grande resultado foi o conseguido por Vanderlei Cordeiro de Lima, na Maratona de São Paulo: ele marcou 2:11:19, melhor tempo já conseguido na distância, no território nacional. No feminino, Marizete Rezende ganhou a São Silvestre.

A história do fundo brasileiro tem grandes atletas. Em suas épocas, eles foram grandes, como muitos o são atualmente. Não pretendemos aqui relacionar todos os grandes nomes de nossa história. Voltaremos a tratar de temas do presente e do passado e certamente iremos falar de muitos outros atletas.

 

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