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ALISON DOS SANTOS, PIU

Bronze olímpico, leva ouro no Mundial e na DL


Assessoria de Comunicação

Alison Brendom Alves dos Santos

Data e local de nascimento: 3/6/2000 - São Joaquim da Barra (SP)

Provas: 400 m com barreiras e 400 m

Principais conquistas: Ouro no Mundial do Oregon-2022 bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2021 ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019 bronze no Mundial Sub-20 de Tampere-2018 prata no Mundial de Revezamentos no 4x400 m misto na Silésia-2021 e campeão da Liga Diamante, invicto, em 2022

 

Alison dos Santos, conhecido como Piu pela comunidade atlética, foi o grande destaque do atletismo e do esporte olímpico brasileiro em 2022, reconhecido e premiado como o Melhor Atleta do Ano pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e com o Prêmio Brasil Olímpico - também levou o troféu de Melhor do Atletismo - pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Recebeu o troféu das mãos da ministra do Esporte Ana Moser e do presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) Paulo Wanderley Teixeira, em cerimônia realizada no dia 2 de fevereiro de 2023, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. Muito merecido, após excepcionais resultados.

Já tinha entrado para o hall dos ídolos ao conquistar a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no dia 3 de agosto de 2021. Foi a primeira medalha do Brasil no atletismo nos Jogos do Japão e na história dos 400 m com barreiras e a 18ª da modalidade em todos os tempos. Garantiu o bronze ao completar a prova em 46.72 - era a sexta vez que quebrava o recorde sul-americano, aos 21 anos.

Escancarou a sua incrível evolução no esporte em 2022, ano perfeito em que foi campeão mundial com recorde sul-americano (46.29), campeão invicto da Diamond League, correu três vezes os 400 m com barreiras abaixo dos 47 segundos e liderou o Ranking Mundial.

Conquistou o ouro nos 400 m com barreiras no Campeonato Mundial do Oregon, nos Estados Unidos, em dia 19 de julho de 2022, obtendo a marca de 46.29 no Estádio Hayward Field, em Eugene, novo recorde sul-americano e a melhor marca do mundo no ano no Ranking da World Athletics (WA). Quando acabou a prova olhou para o telão, viu que tinha ficado em terceiro, mas conferiu também o tempo. Comentou que pensou estar na "prova errada", com o seu característico bom-humor. "Não é 400 m com barreiras isso aqui não." A prova foi surreal, na definição do treinador Felipe de Siqueira, muito forte e com recorde mundial do norueguês Karsten Warholm, com o tempo de 45.94, e a prata do norte-americano Rai Benjamin, com 46.17.

No Mundial do Oregon, o brasileiro fez uma campanha perfeita na eliminatória, semifinal e final. O tempo de 46.29, na final, é o terceiro melhor da história da prova. Ele só fica atrás dos 45.94 do norueguês Karsten Warholm, recordista mundial, e do norte-americano Rai Benjamin, que tem 47.17, justamente os tempos alcançados na fantástica final da Olimpíada de Tóquio.

A comemoração pela medalha de ouro em Eugene, ainda no dia 19 de julho, ocorreu na Track Town Pizza, uma pizzaria icônica da cidade, onde Steve Prefontaine, um dos melhores atletas local, comia depois de suas competições. Piu e o campeão olímpico Joaquim Cruz (nos 800 m, em Los Angeles-1984), chefe da delegação brasileira, brindaram a conquista com água e suco de laranja. 

De volta ao estádio Hayward Field no dia 20 de julho para buscar a sua medalha de ouro na cerimônia oficial do Mundial do Oregon ouviu o Hino Nacional do Brasil e depois puxou uma foto em pose de bad boys com os norte-americanos Rai Benjamim, medalha de prata (46.89), e Trevor Bassitt, de bronze (47.39). Dias depois, ainda dançou no centro do estádio com o mascote Big Foot para o público, fotos e vídeos.

Na carreira, Alison veio crescendo ano a ano desde muito jovem e deixou de ser uma promessa ainda em 2019, quando Sub-20 conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, e foi finalista (7º lugar) no Campeonato Mundial de Doha, no Catar. No Mundial, obteve a marca de 48.28, que é recorde sul-americano até 19 anos.

Em 2022, na plenitude de sua forma, além de ser campeão mundial, conquistou o título invicto da Liga Diamante, o mais importante circuito de competições da WA. Garantiu o terceiro troféu na história para o Brasil, depois dos dois conquistados por Fabiana Murer, no salto com vara, em 2010 e em 2014.

O início - Bem-humorado e muito brincalhão, o atleta se destaca também nas redes sociais, sempre com posts alto astral e criativos. Com 2,00 m e 79 kg, paulista de São Joaquim da Barra e atleta do Pinheiros-SP começou a treinar no Instituto Edson Luciano Ribeiro, em sua cidade. Ele fazia judô e natação, mas precisou ser convencido a praticar atletismo.

A treinadora Ana Fidélis o convenceu a fazer os 400 m com barreiras, após analisar seu biótipo e o desempenho nos treinos, com pernas longas e agilidade. Idealizado pelo vice-presidente da CBAt, Edson Luciano Ribeiro, dono de duas medalhas olímpicas (bronze em Atlanta-1996 e prata em Sidney-2020 - ambas no revezamento 4x100 m). Alison começou treinando salto em altura, mas logo mudou para a sua especialidade.

O jeito descontraído e brincalhão nas pistas representa a superação de um grande drama pessoal. Quando tinha 10 meses e já andava se escorando pelos móveis da casa, ele sofreu um grave acidente doméstico. Bateu no cabo da frigideira que estava no fogão e virou sobre si o óleo quente no qual a avó fritava peixe. O líquido fervente caiu em sua cabeça, ombro e braços. Foram cinco meses de internação no Hospital do Câncer em Barretos (SP).

Ele se recuperou. Mas, durante muito tempo, usou boné para esconder as cicatrizes. O corredor contou que nas suas primeiras competições, em 2014, chegou a correr de touca para se esconder dos olhares. A partir das provas seguintes, começou a não se preocupar mais. Piu conta que o atletismo ajudou a se aceitar. O boné se tornou cada vez mais raro. Um campeão mundial não tem razão nenhuma para se esconder.