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ALMIR DOS SANTOS

Talento no salto triplo conquista prata no Mundial


Assessoria de Comunicação

Almir Cunha dos Santos

Data e local de nascimento: 4/9/1993, Matupá (MT), criado em Peixoto Azevedo (MT)

Prova: Salto triplo

Principais conquistas: Medalha de prata no Mundial Indoor de Birmingham-2018 no salto triplo.

 

Almir Cunha dos Santos, o Almir Júnior como é conhecido, tinha uma trajetória curta no salto triplo, nem tinha ‘memória’ da prova em 2018, quando conquistou no dia 3 de março a medalha de prata ao saltar 17,41 m no Campeonato Mundial de Atletismo Indoor da World Athletics, na Barclaycard Arena, em Birmingham, Grã-Bretanha.

Com pouco mais de um ano no salto triplo - antes fazia o salto em altura -, Almir alcançou o resultado de grande expressão na carreira. Ele só foi superado em Birmingham pelo norte-americano Will Claye, ganhador do ouro, com 17,43 m. O português Nelson Évora, campeão olímpico de Pequim-2008, ficou com o bronze, com 17,40 m.

Na prova em que levou a medalha fez 16,70 m no seu primeiro salto e obteve a quarta colocação. Na segunda tentativa o brasileiro fez 17,22 m e assumiu a liderança, mesmo sem usar toda a tábua de impulsão. Ainda tinha margem para crescer na prova. O português Nelson Évora saltou 17,40 m e o americano Will Claye, prata nas Olimpíadas de Londres-2012 e Rio-2016, foi ainda melhor com 17,43 m. Almir decidiu arriscar, atacar mais a tábua. Queimou sua quarta tentativa, mas foi recompensado no quinto salto: 17,41 m. Queimou a sexta tentativa e Claye foi campeão por dois centímetros. Almir comemorou a conquista da medalha para o Brasil.

A melhor marca de Almir ao ar livre é 17,53 m, obtida em maio de 2018, em Guadalupe, um território francês no Caribe. Com isso, em 2018, fechou a temporada em terceiro lugar no Ranking Mundial da World Athletics, ex-IAAF, além do título de vice-campeão mundial de Birmingham. Almir fez a melhor marca indoor da carreira no ano seguinte, em 10/2/2019, no Doug Raymond Invitational Meeting, em Kent, nos Estados Unidos, com 17,46 m.

Os divisores de água para Almir entrar na elite do salto triplo foram quando saltou 16,06 m – índice para o Mundial de Doha, no Catar – e depois 16,87 m, no final de 2017, índice olímpico. Fazer o índice com seis meses de treino motivou o atleta.

Evoluiu rapidamente. Saltou 16,92 m, 17,06 m, e o que mudou sua vida, como diz, 17,35 m em Madri (ESP). Passou de um completo desconhecido para um atleta que poderia ter resultados expressivos – tinha acabado de bater os portugueses Nelson Évora, campeão olímpico em Pequim 2008, e Pedro Pablo Pichardo, de origem cubana, que tem 18,08 m. Os dois atletas que mais acompanha. Viu Nelson Évora saltar 17,30 m e na sequência saltou 17,35 m.

No Meeting de La Chaux de Fonds, na Suíça, em 2019, Almir conquistou a medalha de bronze no salto triplo, com 17,15 m, também superando o índice olímpico de 17,14 m.

Enfrentou lesões em sequência, mas ainda assim integrou a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2021 - não avançou a final (foi 23º com um salto de 16,27 m). Em 2022, saltou 17,04 m no GP Brasil, em São Paulo, no dia 1 de maio, foi a final do Mundial do Oregon, em Eugene (EUA) - foi 7º colocado no salto triplo (16,87 m, 0.1), entre os top oito ajudando o Brasil a fazer a sua melhor campanha na história dos Mundiais. Ainda se qualificou entre os seis finalistas da Liga Diamante, circuito da World Athletics, no salto triplo - terminou em quinto lugar, com 17,10 (-1.1), o melhor salto da temporada.

O início – Nasceu em Matupá, cidade vizinha de Peixoto de Azevedo, que tinha maternidade. Mas cresceu em Peixoto de Azevedo. Viveu a infância e a adolescência fazendo esportes, futebol e natação no início. Só ficava fora do esporte na hora das aulas. Tantas atividades chamaram a atenção dos professores, que o levaram para o atletismo.

Depois de testar várias especialidades, optou pelo salto em altura. Chamou a atenção e em pouco tempo estava em Porto Alegre, defendendo a Sogipa, a convite do técnico José Haroldo Loureiro, o Arataca. Em 2017, passou a fazer o triplo em substituição ao salto em altura.

Almir sempre fez salto em altura, mas às vezes em competições regionais e estaduais competia também nos saltos em distância e triplo. Assim foi nos Jogos Abertos, em São Paulo, competindo por Mogi das Cruzes. Para somar pontos fez as três provas. Ganhou o salto em distância, com 7,75 m, sem treinar, e foi segundo no triplo, com 15,89 m, perdendo por um centímetro para o líder do Ranking Brasileiro à época, Jean Cassemiro Rosa.

Em conversas com Arataca veio a decisão de ser um triplista, aproveitando para fazer a transição de prova no início do ciclo olímpico. Pouco tempo depois, saltou 16 m, sem ainda ter treinado para a prova, numa competição estadual na Sogipa. O resultado e o que veio depois provou que a mudança de prova foi acertada.