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CLAUDINEI QUIRINO DA SILVA

O multicampeão em provas de velocidade e no 4x100


Assessoria de Comunicação

Claudinei Quirino da Silva

Data e local de nascimento: 19/11/1970, em Lençóis Paulista (SP)

Prova: 100 m, 200 m e revezamento 4x100 m

Principais conquistas: Medalha de prata na Olimpíada de Sydney-2000 no revezamento 4x100 m medalhas de prata no Mundial de Sevilha-1999 nos 200 m e de bronze no revezamento 4x100 m e de bronze no Mundial de Atenas-1997 nos 200 m medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg-1999 nos 200 m e no 4x100 m, de prata no 4x400 m e bronze nos 100 m.

 

Claudinei Quirino, medalha de prata no revezamento 4x100 m nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000, e nos 200 m no Campeonato Mundial de Sevilha-1999, precisou superar dificuldades enormes na vida para construir uma carreira sólida no atletismo e ser um dos maiores velocistas da história do Brasil.

Em 1995, Claudinei alcançou o índice para o Mundial de Gotemburgo, na Suécia - terminou em quinto lugar, apenas uma posição abaixo de Robson Caetano, de quem se tornou sucessor. Uma contusão o impediu de completar a preliminar dos 200 m nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996, nos Estados Unidos. Em 1997, deu o bronze ao Brasil no Mundial de Atenas, na Grécia. No ano seguinte, disputou os Jogos da Amizade, em Nova York, EUA, e ganhou a medalha de bronze.

Tinha quase 29 anos quando chegou à melhor fase da carreira.  A temporada de 1999 começou com vitória dupla de Claudinei no GP Brasil Caixa, no Rio. Ganhou os 100 m (10.29), os 200 m (20.47) e garantiu a qualificação para os jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá, e o Mundial de Sevilha, na Espanha.

Claudinei cravou 20.00 nos 200 m para ficar com a medalha de prata no Mundial de Sevilha - o norte-americano Maurice Greene ganhou o ouro. Em Munique, na Alemanha, um mês depois, fez 19.89 nos 200 m, derrotou o campeão mundial Maurice Greene por 0.01, no IAAF Grand Prix Final. Com a marca também melhorou em sete centésimos o recorde sul-americano, que pertencia a Robson Caetano havia uma década.

Claudinei fez uma campanha excepcional nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg-1999, no Canadá, quando conquistou ouro nos 200 m e no 4x100 m, prata no 4x400 m e bronze nos 100 m.

Nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000, na Austrália, foi sexto colocado nos 200 m e decisivo para a medalha de prata do Brasil no revezamento 4x100 m (37.90). No dia 30 de setembro de 2000, o quarteto formado por Vicente Lenilson, Edson Luciano Ribeiro, André Domingos e Claudinei Quirino fez história - os Estados Unidos ficaram com o ouro. Jayme Netto era o treinador, Claudio Roberto Sousa, que correu na semifinal, e Raphael Raymundo de Oliveira, reservas.

O tempo conquistado na final olímpica de Sydney foi o recorde sul-americano por 19 anos, superado apenas na final do Mundial de Doha-2019, no Catar, com o quarto lugar de Rodrigo Nascimento, Vitor Hugo dos Santos, Derick Souza e Paulo André Camilo de Oliveira em 37s72.

O início - Nei, como é conhecido pelos amigos, teve uma infância sofrida. Aos 2 anos, ele e o irmão José Claudiomiro, de 5, foram levados pelo pai, José Quirino da Silva, para a Casa do Garoto, em Pirajuí, depois da morte de sua mãe, Aparecida Calixto. Ali, entre outras 50 crianças, era o Neizinho Preto (no orfanato havia um Nei de origem japonesa e outro branco). Sofreu castigos e privações.

Aos 15 anos, deixou o orfanato de volta a Lençóis Paulista. Trabalhou como pedreiro, chapeiro e frentista até descobrir o esporte aos 21 anos. Arrumou emprego numa lanchonete de um posto de gasolina - o frentista Tião, que tinha uma boa condição física, contou a Claudinei que praticava atletismo.

Começou a treinar em 1991 e disputou os Jogos Abertos do Interior com orientação do treinador José dos Santos Primo que o levou para Araçatuba. Um ano depois, foi para Presidente Prudente treinar com o grupo de Jayme Netto Júnior.

Em 2001, sentiu uma lesão no púbis, que o levou a uma cirurgia. Ainda voltou aos treinos, mas sofreu outra lesão no tendão de Aquiles. Ajudou o revezamento 4x100 m do Brasil a ser bicampeão pan-americano em Santo Domingo-2003, na República Dominicana.

Deixou as pistas no Troféu Brasil no dia 18 de junho de 2005, após 13 anos, como campeão brasileiro do revezamento 4x100 m, no Ibirapuera, em São Paulo. Em 2006, disputou os Jogos Olímpicos de Inverno de Turim, Itália, na equipe de bobsled, mas o trenó virou e Claudinei disse que não voltaria para a modalidade.

Claudinei também atua como comentarista de TV. Nas suas palestras conta sua experiência de vida do orfanato e a rebeldia de adolescente às medalhas.