
Keila da Silva Costa
Atletismo
Treinador: Neilton Salvador Alfano Moura
Keila da Silva Costa
Data e local de nascimento: 6/2/1977, no Recife (PE), criada em Abreu e Lima
Provas: Salto em distância e salto triplo
Principais conquistas: Medalha de bronze no salto em distância no Mundial Indoor de Doha-2010 e medalha de bronze no salto triplo no Mundial Juvenil de Kingston-2002; medalhas de prata no salto triplo nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015 e no Rio-2007, e no salto em distância no Rio-2007.
Primeira brasileira a ir ao pódio em um Mundial adulto. Quando recebeu sua medalha de bronze no futurista Aspire Dome, ginásio multiuso no Catar, em 2010, alcançou um espaço ainda pouco conhecido para as mulheres. A sensação foi de estranheza, pelo pioneirismo.
Recuperada de lesões e treinando com equipes de boa estrutura levou o bronze no salto em distância na categoria adulta com 6,63 m, em 6 de março de 2010. O pódio em Doha teve outras duas grandes saltadoras: a norte-americana Britney Reese ficou com o ouro (6,70 m) e a portuguesa Naide Gomes com a prata (6,67 m).
Keila, contudo, já havia ganhado também a medalha de bronze no salto triplo no Mundial Juvenil de Kingston-2002, na Jamaica, com 13,70 m (a 4 cm da prata). Aos 19 anos, tornou-se a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha em um Mundial da World Athletics, então IAAF, na mesma edição que também revelou o astro Usain Bolt, aos 17 anos.
Foram muitas as seleções brasileiras que tiveram Keila Costa. Disputou quatro edições de Jogos Olímpicos: Atenas-2004, na Grécia, Pequim-2008, na China, Londres-2012, na Grã-Bretanha, e Rio-2016, no Brasil. Foi aos Mundiais de Osaka-2007, no Japão, Berlim-2009, na Alemanha, Daegu-2011, na Coreia do Sul, e Moscou-2013, na Rússia, sendo uma das atletas mais longevas do alto nível do atletismo brasileiro.
Disputou mais três finais do Mundiais, ficando em 7º lugar no salto triplo, com 14,40 m, e no salto em distância, com 6,69 m, no Mundial de Osaka. No Mundial Indoor de Valência também tem um sétimo lugar no salto em distância, com 6,48 m.
Também é dona de três medalhas ganhas em Jogos Pan-Americanos, duas delas diante da torcida brasileira, na edição do Rio-2007 - prata no salto triplo e no salto em distância. Também foi medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015, no Canadá, atrás apenas da colombiana Caterine Ibarguen, campeã mundial e vice-campeã olímpica da prova.
É tetracampeã sul-americana no salto triplo: 14,57 m em São Paulo-2007; 14,21 (3.4) em Cartagena de Índias, na Colômbia-2013; 13,62 m em Barquisimeto -2003, na Venezuela; e 13,61 m, em Manaus (BRA) – 2001. É bicampeã sul-americana no salto em distância, com 6,62, em Lima, no Peru, em 2009, e com 6,30 m na edição de Barquisimeto.
As melhores marcas são 6,88 m (0.5) no salto em distância, feita em Belém, no Pará (20/5/2007) e 14,58 m (2.0) no salto triplo, marca obtida em São Paulo (7/6/2013).
Treinou com Nélio Moura e com Neilton Moura. Começou com Roberto de Andrade.
O início – Começou com 9 anos em Abreu e Lima. A infância de brincadeiras de rua levou Keila ao esporte escolar. Em 1993, o professor Roberto de Andrade viu que ela tinha algo especial: a facilidade para a velocidade e para os saltos. Disputou os Jogos Escolares e, no ano seguinte, já treinava duas vezes por semana de maneira recreativa, recebendo doces e pipoca como recompensa. Passou a fazer parte do projeto Atletas com Futuro, liderado pelo professor Roberto.
O treino de verdade começou quando tinha de 13 para 14 anos. Em 1997, já disputava o salto em distância e o triplo – dobradinha que, à exceção de tempos de lesões, sempre manteve em seu programa de competições. Em um Norte-Nordeste naquele ano, ainda na categoria menor (até 17 anos), venceu entre os juvenis, com dois anos a mais. Estudava já em outra escola, que tinha uma pista de terra. Patrocínios e rifas ajudaram na construção de um setor de saltos.
Os resultados internacionais vieram a partir de 2001, quando foi para uma temporada na Argentina, onde disputou o Sul-Americano de Juvenis e o Campeonato Pan-Americano da categoria e voltou com quatro medalhas: dois ouros, uma prata e um bronze. Foi recebida no Aeroporto do Recife pelas crianças do projeto de Abreu e Lima que aplaudiam e gritavam o seu nome.
A saltadora seguiu em Pernambuco até 2003, ano em que uma fratura na tíbia da perna esquerda a deixou sem pisar no chão por oito meses. Em seu primeiro ano na categoria adulta, perdeu a chance de ir aos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo-2003. Keila e Roberto Andrade decidiram buscar ajuda em Presidente Prudente, em São Paulo. Foi quando conheceu uma estrutura montada para o treino do atletismo e deixou Abreu e Lima.
Construiu sua carreira em São Paulo, mas em 2020 voltou a Abreu e Lima. Foi Secretaria de Esportes, Turismo, Cultura e Lazer de Abreu e Lima e atua como treinadora desde 2021. Em 2022 anunciou sua aposentadoria, atuando como personal trainer e volutária em ações com atletas dos saltos horizontais do Sport Recife e da Associação de Apoio a Pessoas com Deficiência (AAPD), ambas de Pernambuco.
Integra o Programa Ídolos Loterias Caixa do Atletismo.
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