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Atletismo Brasil
O salto de 17,89 m, durante os Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, em 15 de outubro de 1975, foi recorde mundial do salto triplo por dez anos. O brasileiro de PIndamonhangaba manteve rivalidade com o soviético Viktor Saneyev e foi vítima de uma tragédia.
João do Pulo, 50 anos de uma marca que eternizou o brasileiro de Pindamonhangaba
(foto: Reprodução/COB/livro Sonho e Conquista - O Brasil nos Jogos Olímpicos do Século XX)
João Carlos de Oliveira tinha 21 anos quando se tornou recordista mundial do salto triplo com 17,89 m, nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, em 15 de outubro de 1975 – saltou mais 45 centímetros sobre os 17,44 m do soviético Viktor Saneyev, que haviam sido alcançados apenas três anos antes, em Sukhumi, na União Soviética. Foi a exatamente meio século que o brasileiro chorou abraçado ao técnico Pedro Henrique de Toledo, o Pedrão, e saiu daquele estádio da cidade do México "rebatizado" como João do Pulo.
Sua marca só caiu dez anos depois, em 1985, quando o norte-americano William Banks estabeleceu oito centímetros a mais: 17,97 m, em Indianápolis (EUA). E outros dez anos se passaram, até Jonathan Edwards somar outros 32 centímetros ao salto triplo, em 1995 (18,29 m obtido em Gotemburgo, na Suécia, há 30 anos). O recorde sul-americano durou 32 anos, até que outro brasileiro, Jadel Gregório saltasse 17,90 m, em Belém, no Pará (20/5/2007).
Meio século daquele recorde, depois da festa que se estendeu ao alojamento da Vila Pan-Americana, João Carlos de Oliveira é reverenciado.
João perdeu a mãe aos 7 anos e foi criado em Pindamonhangaba, onde nasceu, à base de arroz, feijão, fubá e verduras. Alto e magro (1,86 m e 70 kg no auge da carreira), foi visto em uma competição escolar e convidado a treinar, além dos serviços picados que fazia, como lavar carros. Aos 19 anos, tornou-se recordista mundial juvenil e entrou para o Exército (de onde sairia como sargento).
João do Pulo manteve a tradição brasileira no salto triplo, onde já haviam se consagrado Adhemar Ferreira da Silva e Nélson Prudêncio. Adhemar quebrou seu próprio recorde mundial cinco vezes, a partir de 1950, e somou dois ouros olímpicos – em Helsinque-1952 e Melbourne-1956 - para a história olímpica do Brasil.
Nelson participou de disputa histórica com Saneyev na Olimpíada da Cidade do México-1968, quando os dois somaram nove quebras de recorde mundial em quatro horas. O brasileiro ficou com a prata em 1968 e ainda chegou ao bronze em Munique-1972.
No ano seguinte ao seu recorde mundial, João do Pulo disputou a Olimpíada de Montreal-1976 e conquistou a medalha de bronze. Quatro anos depois, nos Jogos Olímpicos de Moscou-1980, João do Pulo disputou uma decisão do salto triplo controversa. Os atletas da casa Jaak Uudmae e Viktor Saneyev ficaram com as medalhas de ouro e prata respectivamente - podem ter sido favorecidos, com a arbitragem marcando "queimadas" do brasileiro e anulando seus melhores saltos, bem próximos ou até de 18 metros - um novo recorde mundial poderia ter sido anulado.
João do Pulo saltou 17,37 m (-0.3), em 1981, em meeting na Itália e seguia sua carreira vitoriosa. Mas foi vítima de uma tragédia: de um acidente de carro, após meses de internações e muitas cirurgias, resultou a amputação de sua perna direita, aos 27 anos. Sobreviveu, mas ficaram muitas cicatrizes, físicas e emocionais.
Foi eleito um dos 10 melhores triplistas do século 20 (4º), com Adhemar Ferreira da Silva (3º) e Nelson Prudêncio (8º). Sua performance no México, em 1975, foi uma das 100 mais bonitas do mundo na festa do Jubileu de Diamante da World Athletics (ex-IAAF), em 1987.
Faleceu em 29 de maio de 1999, um dia após comemorar seu 45º aniversário. Hoje, seu nome consta do Livro dos Herois e Heroínas da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, monumento localizado em Brasília, Distrito Federal.
TOP 10 DE TODOS OS TEMPOS
Salto triplo e salto em distância
1º - Pan-Americano da Cidade do México - México - 17.89 m (0.0) - 15/10/1975
1º - Rieti - Itália - 8,36 m (1.0) - 21/7/1979
1º - Bratislava - República Checa - 17,44 m - 10/6/1978
1º - Rio de Janeiro - Brasil - 17,38 m - 26/8/1976
1º - Copa do Mundo de Roma - Itália - 17,37 m (-0.3) - 5/9/1981
1º - Pan-Americano de San Juan - Porto Rico - 17,27 m - 9/7/1979
1º - São Paulo - Brasil - 17,24 m - 27/5/1979
1º - Warszawa - Polônia - 8,23 m (1.8) - 19/6/1978
3º - XXII Jogos Olímpicos de Moscou - União Soviética - 17,22 m - 25/7/1980
1º - Rio de Janeiro - Brasil - 8,20 m - 5/9/1975
WORLD ATHLETICS - ALL TIME
https://worldathletics.org/heritage/news/joao-carlos-de-oliveira-triple-jump-record-1975
As Loterias Caixa e a Caixa são patrocinadoras máster do Atletismo Brasil.
Fotos reproduzidas do livro - Sonho e conquista - O Brasil nos Jogos Olímpicos do Século XX, do Comitê Olímpico do Brasil (COB)
Publicado pela Plataforma SGE da Bigmidia - Gestão Esportiva com Tecnologia
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